Mulheres de TI se destacam em cargos de liderança em Pernambuco
Este domingo (8) é marcado pelo Dia Internacional da Mulher e a ASSERTI-PE traz uma reflexão sobre os desafios das mulheres no setor de Tecnologia da Informação (TI).
Levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) aponta que, dos mais de 580 mil profissionais de TI que atuam no Brasil, apenas 20% são mulheres. Além disso, 79% das mulheres que ingressam em cursos relacionados à área de TI abandonam a faculdade ainda no primeiro ano.
Quando colocamos uma lupa da questão de gênero no setor público, pesquisas mostram que mulheres são maioria entre os funcionários públicos. Elas ocupam 6 de cada 10 postos de trabalho, só que ganham menos: a cada R$ 100 recebidos por funcionários públicos homens, as funcionárias públicas ganham R$ 75. Um dos motivos da disparidade salarial é o fato de mulheres ocuparem cargos que pagam menos.
A ASSERTI-PE ouviu duas Analistas em Gestão de TIC que ocupam cargos de liderança no Governo de Pernambuco e, felizmente, elas sentem que a cultura por aqui é diferente. “Eu até costumo dar testemunho em eventos que vou em outros estados: Pernambuco é diferenciado quando se refere a destaque da mulher na tecnologia. A ATI (Agência Estadual de Tecnologia da Informação) tem uma presidente mulher. Na secretaria da Fazenda, começaram a entrar mais mulheres na área de desenvolvimento. Na Secretaria de Educação, no Tribunal de Justiça e no Tribunal Regional Federal, temos mulheres em cargos de liderança na área de TI. Temos uma grande representatividade aqui no Estado”, relata a superintende de Tecnologia da Informação da Secretaria da Fazenda, Danielle Campello.
Em 2017, o Porto Digital passou a incluir entre suas ações estratégicas o fortalecimento da participação da mulher na inovação tecnológica e no empreendedorismo. No ano seguinte, lançou o programa Mulheres em Inovação, Negócios e Artes (MINAs), que tem o objetivo de reconhecer e realizar o papel do parque tecnológico como um agente promotor da paridade de gênero no setor de tecnologia e economia criativa em Pernambuco.
Para a diretora adjunta da Presidência da ATI, Sandra Lubambo, o maior desafio é se dividir entre os vários papeis que as mulheres assumem: trabalho, estudo, família, casa. “Um cargo de liderança demanda uma dedicação forte, muito foco, cumprimento dos resultados e, em alguns momentos, nos afastamos um pouco da família. Tem que saber dividir muito bem o tempo para continuar sendo responsável, atender a todas as funções”, conta.
Ela fez graduação em Ciência da Computação, começou a assumir funções de coordenação aos 25 anos, fez mestrado e nunca sentiu dificuldade pelo fato de ser mulher. Como, por aqui, elas ocupam cargos de liderança e as remunerações são tabeladas, elas também não sentem a disparidade salarial em relação aos homens.
Fontes de dados: Quem ganha mais no serviço público (Revista Piauí); A difícil missão de ser mulher no mercado de TI (OUL Meu Negócio); www.portodigital.org